Vossos olhos viam meu organismo informe. Nessa postagem, analiso o sistema de parentesco dos Piro da Amazônia peruana como um sistema autopoiético, ou melhor, como um sistema que gera suas próprias condições de vivência. Persigo neste local 3 objetivos. Primeiro, aspiro fornecer uma explicação do parentesco piro alguma coisa mais profunda que aquela presente nos meus trabalhos anteriores. Terceiro, e esse é meu intuito mais ambicioso, aspiro recuperar pra antropologia simbólica o conceito de natureza humana.
Os 2 primeiros pontos serão explicitamente desenvolvidos no artigo, no tempo em que o terceiro só será abordado na conclusão. O estudo antropológico do parentesco está, nos dias de hoje, bastante fora de moda. Isto me parece trágico, dado que privou nossa obediência de um de seus instrumentos mais fecundos. Haverá, com toda certeza, diversos motivos a explicar por que os antropólogos não se sentem mais interessados pelo parentesco; contudo estou, aqui, menos preocupado com tais motivos que com tudo que se perdeu com parecido descuido. Em que consiste, exatamente, a observação do parentesco? Se descendemos todos dos mesmos ancestrais, o que faz com que esses outros humanos não compartilhem minha entendimento deste laço fundamental?
Passado quase meio século, com uma biologia transformada radicalmente, essa dúvida não perdeu nada de tua relevância; mas ela podes nesta hora ser outra vez reformulada. Sabemos hoje uma quantidade fascinante de coisas a respeito de os estilos mais íntimos e relevantes da existência quotidiana de novas espécies, principlamente dos outros primatas. O que estaria passando em sua mente, ou ao menos naquilo que passa por ser sua mente?
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Com efeito, estas recentes descobertas acerca da socialidade não-humana são de molde a criar um profundo mal-estar, se você for um humanista clássico. Pois elas sugerem uma conclusão simples, todavia dolorosa para nosso orgulho. Nas frases de Robert Foley, os humanos não são a espécie ímpar, primeira aos olhos de Deus ou proprietária exclusiva da Razão, no entanto só mais outra espécie ímpar. A humanidade dos humanos é tão boa como a lupinidade dos lobos ou a ostritude das ostras. Ao mesmo tempo, parece estar-se formando um consenso, entre os biólogos, de acordo com o qual a linguagem e certas formas de consciência seriam atributos específicos dos humanos.
Atributos, não privilégios específicos. As línguas naturais de tipo humano parecem ser genuinamente exclusivas de nossa espécie; não se sabe nada de remotamente idêntico entre os animais, sequer entre os demasiado membros da superfamília Hominoidea. A consciência, mas, ante as maneiras da consciência de si e da subsistência de outrem, parece ser comum aos Hominoidea, tendo como exemplo os humanos, os chimpanzés e os gorilas. Sua existência não parece ter sido demonstrada de modo convincente em babuínos ou em macacos vervet ¾ e muito menos em lobos ou ostras, tal quanto eu saiba.
Se olharmos para os Hominoidea, deste modo, não temos dúvidas a consciência. Esse tipo de recursividade generalizada da consciência parece ser exclusivo dos humanos, e, como sugere Premack, está eventualmente associado de modo estreito à linguagem. A questão, em vista disso, não é a de se compensar negativamente nossos sentimentos de superioridade, denegrindo os atributos ímpares de nossa espécie só já que o modo como os humanos têm tratado as novas espécies (e a si mesmos) nos consterna.